O professor cajazeirense do curso de medicina da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), Luciano Bezerra Gomes, está respondendo a um processo interno para explicar o uso de uma camisa do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em sala de aula. A informação foi publicada na coluna do UOL do jornalista Carlo Medeiro.
Para Luciano, a ideia da Ouvidoria em dar seguimento a um processo, e não o arquivar por falta de base material, é fruto de uma perseguição do atual reitor contra opositores.
A reclamação foi feita por um cidadão — que não cita se é ou não aluno — à Ouvidoria Geral, ligada à Reitoria da UFPB. O órgão decidiu abrir processo e o encaminhar ao Centro de Ciências Médicas para averiguação. O professor foi notificado do procedimento no último dia 5 de setembro.
Doutor em Clínica Médica pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Luciano é professor há 15 anos na UFPB, atua no Departamento de Promoção da Saúde e é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Também tem um projeto de extensão que realiza atividades em acampamentos e assentamentos do MST.
À coluna, ele explica que desde o início da pandemia, em 2020, desenvolve ações em acampamentos e assentamentos para ajudar trabalhadores rurais na prevenção à covid-19.
"Por estar já há mais de três anos ativamente trabalhando com o movimento, em vários momentos eu ganhei camiseta, boné e outras coisas como presentes, que eu tenho utilizado com outras camisas para defender as pautas que acho importantes", explicou
Desde o ano passado, o projeto embrionário se tornou oficial e virou uma atividade de extensão da UFPB, com direito a bolsistas e realização de atividades nos territórios rurais.
"Sempre usei a camisa, nunca tive problema porque não é ilegal! Eu posso me expressar livremente, a Constituição e a legislação vigente me dão esse direito; e o MST é um movimento legal que existe no nosso país e que tem uma pauta, para mim, legítima e que deve ser defendida", concluiu.
UOL
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