Ministro confirma reavaliação de benefícios previdenciários, mas chama de insensibilidade ‘discutir despesa com o povo’







O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, confirmou nesta sexta-feira, 5, que a pasta, junto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), iniciará nas próximas semanas o processo de reavaliação de benefícios mirando um público-alvo de 800 mil pessoas.

Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha anunciado que já foi possível identificar um montante de R$ 25,9 bilhões que poderão ser cortados no Orçamento do próximo ano, pela revisão de cadastros de programas sociais também de outros ministérios, Lupi evitou se comprometer com valores ao falar sobre o assunto.

Ele disse que benefícios serão cortados de quem não tiver direito, mas declarou que não haverá “tribunal de inquisição” e que discutir “despesa com ser humano seria insensibilidade”. Para interlocutores da equipe econômica, entretanto, o discurso de Lupi é político, no sentido de jogar com o público, porque ele está ciente do diagnóstico sobre a redução de despesas e tudo foi negociado internamente.

“Discutir despesa com ser humano, aquilo que é o maior investimento que se pode fazer no Brasil, que é sua gente, seu povo, é no mínimo insensibilidade. Não contem conosco, estamos para dar direito a quem tem direito, estamos aqui para sermos eficientes, competentes”, declarou o ministro, ao discursar em evento de celebração dos 34 anos do INSS.

Em conversa com a imprensa, o ministro foi questionado sobre o número divulgado nesta semana por Haddad, e se tinha receio de haver um corte maior na Previdência. “Nenhum, porque é garantido com verbas obrigatórias”, respondeu. Lupi não comentou o dado anunciado pelo chefe da equipe econômica, mas avaliou que a pasta está dando uma “grande contribuição” para a Fazenda com ações relativas ao Atestmed e a reavaliação de benefícios que será iniciada neste segundo semestre.

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