Diante do atual desafio do aumento do consumo e comercialização clandestina de cigarros eletrônicos no país, parlamentares e especialistas que participaram nesta terça-feira (13) de sessão temática no Senado para debater políticas públicas com relação ao câncer de pulmão defenderam ações preventivas de forte impacto. A estimativa é de que para a cada R$ 1 gasto na prevenção se economize R$ 4 no tratamento da doença.
Primeiro signatário do pedido de sessão temática e presidente da Frente Parlamentar da Medicina do Congresso Nacional, o senador Dr. Hiran (PP-RR), que presidiu a reunião, disse que apesar de ser contrário ao fumo, é favorável à aprovação do PL 5.008/2023, que regulamenta a produção, comercialização, fiscalização e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil.
O senador mencionou as estimativas para o triênio 2023-2025, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), segundo as quais cerca de 32 mil casos de câncer de pulmão devem ser diagnosticados por ano no Brasil — o que coloca a doença como a quinta mais incidente entre todos os tipos de tumores malignos.
Adriano Massuda, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, responsável pelas políticas de alta e média complexidade, pelo fortalecimento de diagnóstico e tratamento do câncer e por estratégias como o Programa Nacional de Redução de Filas, destacou que todos os países enfrentam o desafio de alinhar as políticas de prevenção e tratamento. Para ele, é preciso aprimorar, principalmente, a capacidade de organização do sistema público de saúde para o câncer.
Custo do câncer
Coordenadora de Gestão em Pesquisa do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Vanessa Boarati apresentou estudo que mostrou o custo econômico do câncer de pulmão.
Segundo a especialista, 80% dos custos de câncer do pulmão são indiretos, causados pela alta perda de produtividade, pela morte prematura e alto absenteísmo, ou seja, falta ao trabalho. Pelo menos um terço dos que morrem estão em idade ativa e 57% das vítimas são homens.
O perfil da internação revelou que a porcentagem de tempo em UTI é maior do que em outros canceres e registra-se também mais dias de internação. A mortalidade do câncer de pulmão, segundo Vanessa, supera os canceres de mama, colorretal e próstata.
Com informações da Agência Senado
0 Comentários