O cardeal italiano Angelo Becciu anunciou nesta terça-feira (29) que não participará do conclave previsto para o próximo dia 7 de maio, que elegerá o sucessor do Papa Francisco. A decisão ocorre após a apresentação de duas cartas assinadas pelo falecido pontífice, datadas de 2023 e março de 2025, nas quais ele expressa explicitamente a vontade de excluir Becciu do processo eleitoral.​


Becciu, condenado em dezembro de 2023 a cinco anos e meio de prisão por peculato, fraude e abuso de poder, mantém sua inocência e está aguardando julgamento de apelação. Apesar de ter sido destituído de suas funções no Vaticano em 2020, ele ainda conserva o título de cardeal, o que, em tese, lhe garantiria o direito de votar no conclave.No entanto, o Vaticano o considera inelegível devido às sanções impostas.​

Em sua declaração, Becciu afirmou: “Por respeito à Igreja e ao Papa Francisco, decidi não participar do conclave, ainda convencido de minha inocência”. Ele ressaltou que sua decisão visa preservar a unidade do Colégio Cardinalício e evitar disputas jurídicas internas.​

A postura de Becciu reflete um gesto de obediência às orientações papais, mesmo diante das controvérsias sobre sua elegibilidade. O conclave de 2025 será o primeiro desde a introdução do limite de 120 cardeais eleitores, excedido neste caso, mas com a exclusão de Becciu, o número de eleitores será ajustado para 135.​

A decisão de Becciu coloca fim a um debate jurídico e político que havia gerado divisões entre os cardeais e destaca a complexidade das questões disciplinares e legais que envolvem o Colégio Cardinalício.

Postar um comentário

0 Comentários