Caixa estuda atendimento a aposentados afetados por fraudes em descontos do INSS, diz Alckmin


O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou neste domingo (11) que a Caixa Econômica Federal estuda oferecer atendimento presencial para aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos em seus benefícios do INSS. A medida visa facilitar o acesso de quem tem dificuldade com os canais digitais.

A declaração foi dada durante a 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo MST, em São Paulo. Segundo Alckmin, a ideia é ampliar os canais de atendimento além do aplicativo “Meu INSS” e do número 135. “Há pessoas que não têm acesso à internet, e a Caixa tem uma rede bem distribuída no país que pode ajudar”, afirmou.

O caso veio à tona após a deflagração da Operação Sem Desconto, em 23 de abril, pela Polícia Federal (PF) em parceria com a CGU. A investigação apura fraudes cometidas por entidades associativas, que teriam aplicado descontos nos benefícios de forma irregular, sem consentimento dos segurados. As suspeitas apontam para um prejuízo de até R$ 6,9 bilhões entre 2019 e 2024.

Na sexta-feira (9), o INSS anunciou que irá devolver R$ 292,6 milhões a beneficiários entre 26 de maio e 6 de junho. O valor se refere a descontos realizados em abril, mesmo após o bloqueio determinado pelo governo. Segundo o instituto, os descontos de maio foram mantidos porque a folha de pagamento já havia sido processada.

Cerca de 9 milhões de beneficiários devem ser notificados para confirmar se autorizaram os descontos. A expectativa é que até 4 milhões tenham sido vítimas de fraude. A comunicação será feita apenas por meio do aplicativo “Meu INSS”, sem ligações telefônicas ou mensagens de texto.

Além da devolução dos valores, o governo avalia acionar judicialmente as entidades envolvidas, muitas delas suspeitas de serem de fachada, com indícios de pagamento de propina a servidores do INSS.

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